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v. 20241210 - Under Construction

SENIORES Portugal

Envelhecimento é um processo natural e universal, deve ser ativo para ser saudável.
A velhice é como tudo o resto - para se ter sucesso, é preciso começar cedo…(T. Roosevelt)

Investimentos: longo prazo

Algumas notas sobre a rendibilidade de certos investimentos em particular

O FEFSS tem por fim a rentabilização dos excedentes do sistema de segurança social através da capitalização das aplicações que compõem a carteira. Por esta via terá sido gerada uma valorização acumulada de 7,4 mil M€ até finais de 2022 (valorizando a carteira base em cerca de 47,8%). A valorização poderia ter sido melhor com uma estratégia atendendo ao longo prazo das aplicações se não houvesse a imposição de pelo menos 50% dever ser aplicado em dívida pública nacional (entre 2014 e 2017 mais de 70% da carteira estavam em títulos de dívida pública). O fundo da Noruega terá obtido na última década mais do dobro do rendimento com outra estratégia de investimentos que não passa pelo investimento em dívida do país (pelo contrário, só investe em ativos fora do país, na maioria em ações). O próprio Tribunal de Contas já terá chamado a atenção no passado para a necessidade de se rever a estratégia. Mas em 2023 terão sido aplicados (F. Medina) mais de 7,7 mil M€ em dívida pública nacional, em conjunto do FEFSS e CGA (daqui terão sido investidos cerca de 3,93 mil M€), a fim de baixar o nível global dessa dívida.

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Como curiosidade, relacionada com a rendibilidade de investimentos a longo prazo, refira-se o S&P 500, índex que agrega ações das 500 maiores empresas dos EUA cotadas em Wall Street com capitalização bolsista igual ou superior a 18 mil milhões de dólares, criado em 1923 com 90 empresas como um projeto conjunto entre o Standard Statistical Bureau e a Poor's Publishing, passando a integrar 500 empresas em 1957, valorizou cerca de 10%/ano num século, 9,67%/ano em média nos últimso 30 anos, 15,36%/ano nos últimos 5 anos… Mas os cálculos devem ter em conta o regime composto - por exemplo, constata-se que rendeu 345% nas últimas duas décadas, com uma taxa de capitalização de 7,7%/ano; mas com os dividendos reinvestidos, o S&P 500 registou um retorno total de 546% durante o mesmo período, com uma taxa de capitalização de 9,8%/ano. Em 1989 (ano da criação do FEFSS) este índex valia cerca de 300, em jun/2024 vale cerca de 5487 (valorizou 18,3 vezes). As empresas constituintes do índex são actualizados regularmente (em geral todos os trimestres) utilizando regras definidas. Por exemplo, 3M, Boeing, IBM, Caterpillar, Chevron, Coca-Cola, ExxonMobil, Ford, John Deere, Lockheed Martin, Merck, Motorola, Pepsi, Pfizer e Procter & Gamble pertencem desde 1957, McDonald’s desde 1970, Johnson & Johnson desde 1973, Intel e Walt Disney desde 1976, FedEx desde 1980, Apple e Stanley Black & Decker desde 1982, Nike e Citigroup desde 1988, Oracle e Autodesk desde 1989, Microsoft desde 1994, Adobe desde 1997, Starbucks desde 2000, Nvidia e Texas Instruments desde 2001, eBay desde 2002, Amazon desde 2005, Mastercard desde 2008, Netflix desde 2010, Garmin desde 2012, Meta desde 2013, Alphabet desde 2014, American Airlines, PayPal e Hewlett Packard desde 2015, Dow desde 2019, Tesla desde 2020, Uber desde 2023… Em cada revisão, saem empresas que entram em declínio e entram outras em ascensão, mantendo-se desse modo a vitalidade e resiliência do índex. Assim é muito diferente investir (a longo prazo) num fundo que utilize como referência e acompanhe a composição e desempenho de um conjunto dinâmico de grandes empresas como o S&P 500, do que investir em alvos individuais como o Credit Suisse, PT (Zon) Multimédia, Finpro, … - tudo isso já levou a perdas de capital no FEFSS, é estatisticamente equivalente a colocar um macaco a atirar setas a um alvo e esperar q ele acerte em cheio, como comprova com um estudo quantitativo o Nobel da Economia Daniel Kahneman…

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Em termos de resiliência, a crise do 2008 provocou uma desvalorização de −38,49% nesse ano, mas dois anos depois já tinha revalorizado +36,13% e em 2012 acumulava uma revalorização de 49,54%; imediatamente antes da COVID-19 o índex valia cerca de 3948, caiu na pandemia (em março/2020) para cerca de 3145, mas no fim de 2021 já valia 5366, tendo nesse curto período aumentado muito o ritmo de crescimento anual… Com as guerras da Ucrânia e Israel houve quedas acentuadas localizadas, mas logo a seguir houve recuperação acentuada. Após a COVID-19 e duas guerras passou de 3948 para 5487, com quedas e superações pelo meio mas, tal como no longo prazo melhor se vê, nota-se sempre uma tendência crescente.

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Ainda sobre o S&P500. embora tenha sofrido quedas superiores a 30% em alguns anos críticos (bem marcados em crises da economia mundial como se pode obervar na linha do tempo do gráfico de 100 anos a seguir), apresenta ganhos anuais em 70% do tempo e bate recordes diários em 5% dos dias com cotação. Superou praticamente todas as outras classes de activos nos últimos 5, 10 e 20 anos, de acordo com a Morgan Stanley - isto inclui os mercados accionistas da Europa, Ásia e economias de mercado emergentes. As nove maiores empresas que integram este índex em maio/2024 valem 34,1% dele e são:  Microsoft, Apple, Nvidia, Amazon.com, Meta Platforms, Alphabet, Berkshire Hathaway, Eli Lilly & Company, e JPMorgan Chase. Não é possível investir diretamente no S&P 500 por se tratar de um índex, mas é possível investir num dos muitos fundos que o utilizam como referência e acompanham a sua composição e desempenho (ex Vanguard S&P 500 ETF, ou mesmo já em bancos nacionais como o BCP S&P 500 EUR com ISIN PTBITHYM0080 cotado na bolsa de Paris, e outros, disponibilizando este tipo de produtos a investidores particulares em perspetivas de mais longo prazo, em geral superior a 5 anos).
Entende-se, assim, que o fundo de pensões públicas da Noruega tenha uma rendibilidade muito superior à do FEFSS devido à forma como compõem as carteiras de investimento, este aplicado em dívida pública (que também não é isenta de risco) ao mero serviço dos governos com uma baixíssima exposição a investimentos mais rentáveis, completamente ao invés do outro.

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